NOBREZA NA HISTÓRIA

Bem vindo ao blog NOBREZA NA HISTÓRIA. Contém os cinco primeiros capítulos do meu livro A VOLTA AO MUNDO DA NOBREZA, que narra episódios interessantes descrevendo a atuação da nobreza de vários países ao longo da História. Se você gostar desses cinco capítulos, poderá adquirir o livro nos seguintes sites:
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Leon Beaugeste

segunda-feira, 26 de maio de 2008

02 - OS REIS ESTAVAM AO ALCANCE DO POVO

From: Joinville
Amigo Beaugeste, acessei ontem o seu blog, e quero que me considere um colaborador de primeira hora, pois já me disponho a fornecer-lhe os dados que conheço. E não são poucos. Acontece que eu sempre achei estranha a idéia que a maioria das pessoas tem, de que os nobres levavam uma vida isolada do resto da população, não se misturavam com os de baixa categoria. Isso não combinava com o conceito que tenho de nobreza. Se fosse como dizem ou pensam as pessoas, isso equivaleria às antigas castas do mundo pagão, ou seja, a caridade cristã teria passado longe deles. E não podia ser verdade, porque sei que a influência cristã a partir da Idade Média foi enorme, atingindo não só o povo simples, mas a sociedade de um modo geral. Por isso comecei a procurar os elementos que me permitiriam afirmar o contrário. E já encontrei muita coisa, que irei colocando à sua disposição. Vou começar relatando alguns fatos indicativos de quanto os reis e nobres eram acessíveis ao povo.
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São Luís IX, que governou a França de 1226 a 1270, tinha o costume de sentar-se às tardes à sombra do carvalho de Vincennes, para atender os pedidos que as pessoas do povo lhe queriam fazer. Qualquer camponês ou artesão podia aproximar-se do rei sem intermediários, e podia obter imediato atendimento a algum pedido que fizesse. Muitos séculos depois, o rei Luís XIV não desdenhava de receber pessoalmente em certos dias, nos jardins de Versalhes, quaisquer pessoas do povo que desejassem recorrer diretamente a ele.(8:71)
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São Luís tratava seus súditos com inteira familiaridade. O senescal Joinville afirma: Todos os dias ele dava de comer a grande número de pobres, em sua própria casa, e várias vezes eu vi que ele mesmo lhes cortava o pão e lhes dava de beber. Seria erro acreditar que estes eram traços limitados em particular à magnífica bondade de São Luís. Roberto o piedoso, entre outros, agia da mesma forma. Foi uma tradição, entre nossos antigos reis, a de se mostrarem acolhedores e beneficentes, sobretudo em relação aos pequenos e humildes.(50:35)
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Contrariamente ao que muitos imaginam, desde a Idade Média os reis sempre tiveram íntimo contato com seus povos.(8:71) Os embaixadores venezianos do século XVI constatam, nos seus célebres despachos, que na França nenhuma pessoa era excluída da presença do rei, e as pessoas da classe mais baixa penetravam ousadamente em seu salão íntimo. O rei comia diante de seus súditos, em família, e cada um podia entrar na sala durante a refeição. O próprio Luís XIV afirmou: Se há um caráter singular nesta monarquia, é o acesso livre e fácil dos súditos ao príncipe.(50:37)
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Locatelle escreveu em 1665: “Fui ao Louvre, onde caminhei com toda liberdade. Transpondo os diversos corpos da guarda, cheguei àquela porta que se abre – as mais das vezes pelo próprio rei – quando alguém nela toca. Basta tocar de leve, e logo se é introduzido. O rei quer que os súditos entrem livremente”.(50:37)
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Em Versalhes, andava-se pelo palácio como numa feira. Tudo permanecia aberto para qualquer um, e a única condição era a obrigatoriedade de portar uma espada, que podia ser alugada por pouco dinheiro. Luís XV, entrando certa ocasião no seu quarto, deparou com um senhor muito perplexo. Após ter-se perdido no dédalo de corredores, abrira uma porta qualquer. Sem encontrar nenhum oficial que lhe barrasse o caminho, vira-se nos aposentos reais. Pode-se imaginar a surpresa do rei e a confusão do visitante, que por honestidade queria a todo custo ser revistado. Um rapaz que trabalhava no palácio reconheceu-o como cozinheiro de um seu amigo, e o qualificou como o primeiro homem do mundo num boeuf à l’écarlate. O rei lhe deu cinqüenta luíses, para compensá-lo do susto.(41:50)
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Um clérigo inglês percorreu livremente todas as galerias e salões de Versalhes e presenciou as cerimônias abertas ao público, embora estivesse vestido de modo inadequado. Mas ele meteu na cabeça que devia também assistir ao jantar do rei. Um mestre de cerimônias o interpelou:
— O senhor não pode entrar assim, com o colete vestido pelo avesso.
O clérigo acertou a posição do colete.
— Mas a casaca está desabotoada.
O inglês corrigiu a falha.
— Isso ainda não basta, pois o chapéu que o senhor usa é redondo.
Ele achatou o chapéu e o colocou debaixo do braço.
— O senhor é tão engenhoso para metamorfosear a toalete, que não farei mais objeções.
E o clérigo assistiu tranqüilamente ao jantar do rei.(41:49)
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Luís XV tinha a habilidade de cortar com um só golpe do seu garfo a casca de um ovo. Aos domingos, quando era permitido a qualquer visitante do palácio assistir à refeição do rei, muitos se distraíam com essa minúcia, ao invés de prestar atenção na grande figura que ele representava.(27:2:414)
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Na época de Fernando VII, uma das grandes distrações populares era quando o rei voltava do passeio. O povo tinha então permissão para aproximar-se do soberano espanhol, indo até a chamada meseta de los leones, e podia mesmo conversar com ele e beijar-lhe a mão. Alguns aproveitavam para fazer-lhe um pedido, que o rei ouvia com atenção.(109:2859)

From: Montmorency
Beaugeste, o que eu tenho lido confirma inteiramente o que afirmou o Joinville. Era até mais fácil falar com o rei do que com os ministros. Dou-lhe alguns exemplos.
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Depois de vários meses de tratativas com os ministros de Filipe II sobre um negócio importante, um aragonês resolveu expor seu assunto diretamente ao rei, que lhe disse:
— Lamento, mas o que o senhor pede é impossível.
— Fico imensamente agradecido a Vossa Majestade por essa resposta favorável.
— Espero que o senhor tenha entendido bem as minhas palavras: é impossível atender o seu pedido.
— É exatamente por isso que estou agradecendo. Os vossos ministros me disseram palavras vãs durante meses, fazendo-me perder tempo e dinheiro. Vossa Majestade resolveu-me o problema com apenas duas palavras.(19:3:182)
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Outro fato semelhante. Um cavalheiro pediu ao rei francês Luís XI um favor, mas lhe foi recusado. Em vez de entristecer-se, ele começou a dar demonstrações de contentamento, rindo-se e esfregando as mãos. O rei lhe fez a observação:
— Parece-me que o senhor entendeu mal. Eu estou recusando o que me foi pedido.
— Entendi exatamente como uma recusa, e estou muito contente por isso.
— Agora sou eu que não estou entendendo.
— Considero um grande favor a recusa clara e imediata que Vossa Majestade me fez. Isso vai me poupar muito tempo de espera e muitos passos, ambos inúteis, que eu teria se Vossa Majestade me desse alguma esperança.
O rei gostou da explicação, e acabou concedendo o favor pedido.(32:8582)
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Um casal apresentou um requerimento a Frederico II. Depois de lê-lo, o monarca prussiano orientou:
— Vocês devem apresentar este requerimento à câmara.
— Já o apresentamos, senhor.
— Neste caso, não posso fazer mais nada.
Tomando a mulher pelo braço, e começando a retirar-se, o homem disse a ela:
— Vamos embora. Está claro que ele combinou isso com a câmara.
O rei deu uma gargalhada e resolveu atendê-los.(19:4:19)

Agradeço ao Joinville e ao Montmorency os fatos interessantes e ilustrativos. Eu também conheço muitos outros semelhantes no Brasil.
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Após a sua viagem ao Brasil, o Conde Alexandre Hübner, diplomata austríaco, publicou no “Le Figaro”, em 18/10/1882, um artigo sob forma de carta dirigida ao povo brasileiro, no qual diz:
Oriunda de duas das mais ilustres e mais antigas famílias reinantes, a dinastia que vejo à vossa frente identifica-se convosco nos bons e nos maus dias. Aliando a simplicidade à dignidade, pode servir de modelo ao mais suntuoso como ao mais humilde lar.
Um fato, sobretudo, me impressionou. A 15 de agosto, a festa da Virgem foi celebrada com a pompa tradicional, na antiga igreja de Nossa Senhora da Glória. Quando cheguei, o templo já estava cheio de fiéis. As poltronas reservadas para a corte eram as únicas ainda desocupadas. Diante da igreja, na plataforma de onde se domina a vista do golfo, amontoava-se uma multidão de diversas cores. Do branco mais puro ao negro mais escuro, todas as tonalidades da pele humana ali se achavam representadas.
O sol poente dourava com seus últimos raios esse vasto lençol de rochedos fantásticos, todo esse conjunto de céu e mar, de granito e vegetação, que faz da baía do Rio uma das maravilhas do mundo. Os sinos todos dobram, soltam-se foguetes, e os petardos se juntam com seu barulho ensurdecedor. É a corte que se aproxima.
Guiado pelo acaso, penetrei por uma porta entreaberta num pequeno jardim dando para a plataforma, onde o proprietário e sua família receberam o desconhecido com hospitalidade verdadeiramente brasileira. Foi dali que pude lançar o olhar em profundidade e ver o Imperador dando o braço à Imperatriz, acompanhado da Princesa Imperial e do Conde d’Eu, subir a pé a rampa muito inclinada que conduz à igreja. Uma multidão compacta de povo os cercava. Nenhuma ala militar, nenhum policial. Dom Pedro encontrava-se no seio de sua grande família, e ali se sentia bem. Espetáculo admirável que me impressionou vivamente, porque recordava-me cenas semelhantes do meu país.(72:16)
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Todo o mundo, sem exceção, podia ser facilmente admitido à presença de D. Pedro II, não se precisando para isso nem de vestuário apropriado, nem de bilhete especial, nem de qualquer declaração ou outra formalidade, e muito menos de empenhos de políticos ou de gente do paço. Bastava apresentar-se em palácio, declinar o nome, que era lançado num grande livro, e penetrar naquelas salas abertas a todos. Benjamim Mossé afirma: Cada um pode apresentar-se como quiser, de casaca, de uniforme, de blusa, de roupa de trabalho; nem por isso deixa de ser recebido por Sua Majestade. O mais humilde negro, em chinelos ou pés descalços, pode falar ao soberano.(72:19)
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Escragnolle Dória, conhecido historiador e escritor, confirma: Era só chegar e esperar a sua vez, certo de ser atendido. Cada qual trazia o seu interesse e dava o seu recado sem vexame, na sua gramática. O Imperador costumava referir-se a essas audiências públicas como ‘receber a minha família brasileira’. Certa vez, falava ao Imperador uma mulher de cor, já idosa, cabeça nua, mãos trêmulas, xale aos ombros, vestido de chita, sapatos e meias usados. Aproximou-se acanhada, dirigiu-se ao soberano, e no perturbado da exposição deixou cair papéis, sem dúvida de apoio à modestíssima pretensão. Apanhou-os o Imperador, restituiu-os e continuou a ouvir por muito tempo, despedindo a suplicante com um sorriso de bondade e gesto de encorajamento, ficando a segurar os documentos que ela lhe confiara.(72:19)
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O romancista Gustavo Aimard, que visitou o Brasil três vezes, escreveu sobre nosso País o livro Brésil Nouveau. Estava no Rio havia oito dias, em 1881, quando seu amigo Sohier lhe sugeriu que fosse ao Palácio da Boa Vista visitar o Imperador. Perguntou então qual seria a etiqueta. O amigo riu-se, e lhe deu a explicação:
— Nos sábados, as audiências imperiais são públicas, e duram de duas às cinco da tarde. Os candidatos a um encontro com o soberano entram no palácio, sobem ao segundo andar, atravessam uma longa galeria e entram na sala das audiências, sem ninguém para lhes embargar os passos.
— Então não há soldados, funcionários e guardas?
— Soldados, haverá uns vinte. Mas nenhum se ocupa de quem entra nem de quem sai.
Aimard narrou desta forma a entrevista:
Entrei no palácio, subi uma larga escadaria atapetada, no alto da qual encontrei uma pessoa que imaginei ser um porteiro, mas que era um camarista. Perguntei-lhe onde estava o Imperador, e ele me indicou:
— Em frente, na segunda porta à esquerda.
Atravessei um imenso salão, que parecia estreito por causa de seu extenso comprimento. Estava deserto, completamente sem móveis, não tendo nem mesmo um banco. Em compensação, as paredes se achavam cobertas de quadros, dos quais quase todos me pareceram de bons mestres e de várias escolas. Alguns deles chamaram minha atenção, parecendo-me de grande valor. Fiquei de tal modo absorvido por essas telas, que esqueci por muito tempo o que tinha ido fazer ali. Duas pessoas que saíam, conversando em voz alta, chamaram-me à realidade. Abri a porta que o desconhecido me tinha indicado, e achei-me noutro salão, este muito bem mobiliado, no qual se via uma meia dúzia de capuchinhos comodamente sentados, todos cochichando uns com os outros. Atravessei uma galeria bastante estreita, mas muito longa, cheia de gente. O Imperador se encontrava no fim da galeria. Reconheci-o logo pela sua elevada estatura, pela barba loura entremeada de fios de prata, e pela fisionomia sorridente.(72:20)
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O conde d’Ursel, secretário da legação belga no Brasil, aqui desembarcou em 9 de dezembro de 1873. Narra a visita a D. Pedro II:
Estava o palácio imperial aberto a todo o mundo, e os veadores do soberano acolhiam os visitantes com a maior cordialidade. Ao limiar daquele palácio, sentia-se que o dono da casa a todos recebia benévola e bondosamente. Era sábado, dia de audiência pública, por assim dizer, pois toda e qualquer pessoa era admitida a falar a D. Pedro II. Na extremidade da longa galeria avistei o Imperador vestido de preto, parando em frente a pessoa por pessoa, estendendo freqüentemente a mão e ouvindo o interlocutor, sempre com visível atenção. Nada mais impressionante do que o espetáculo ao mesmo tempo simples e comovedor que eu tinha diante dos olhos. Havia pessoas de modesta posição, vestidas pobremente, esperando a vez para, sem intermediário algum, submeter ao soberano a sua petição. O Imperador, com benevolência e dignidade, deixa chegarem-se a ele todos dentre os seus súditos que têm uma reclamação a fazer ou um favor a pedir. É voz corrente que esta prática excelente serve por vezes de freio salutar aos funcionários que se deixam levar a arbitrariedades.(72:21)
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O conselheiro Nuno de Andrade descreveu uma audiência do Imperador:
Às cinco horas em ponto desci do tílburi, junto à portinha baixa onde uma sentinela cochilava. Não se pedia licença para entrar. Tomei a escada da direita, e fui ter a um longo salão retangular quase sem móveis, com grandes quadros nas paredes. O Freire, criado da casa e meu conhecido, disse-me:
— O Imperador não tarda.
Cerca de quinze pessoas esperavam D. Pedro II, e entre elas um preto vestido de brim pardo, sem gravata, com uns grandes sapatos muito bem engraxados. Depreendia-se do lustro do calçado que o preto cuidara de parecer asseado; como era idoso, a intenção traduzia certa altivez nativa. Tinha ido a pé e sentia-se cansado, por isso sentara-se no chão da galeria. O Pederneiras, com sua barba branca, chegou-se a mim, indicou o preto e disse filosoficamente:
— Ainda querem mais liberdade nesta terra...
Instintivamente olhamos para as portas, constantemente abertas a todos os brasileiros. O Imperador apareceu no extremo da galeria, e o preto levantou-se. Seria o primeiro a falar ao soberano, e ninguém se lembrou de lhe disputar a precedência. O Imperador lhe perguntou:
— Então, como está? Que é que temos?
— Estou bom, sim senhor. E vosmecê? Eu venho dizer a vosmecê que fui voluntário na guerra do Paraguai. Na batalha, fiquei com um braço ferido por bala. Curei-me, e continuei até o fim de tudo. Depois voltei e caí no meu ofício de empalhador. Há um ano adoeci do fígado, e o Dr. Miranda, na Santa Casa, me fez uma operação. Nunca mais tive saúde. Agora, não posso mais trabalhar no ofício, e não tenho vintém para comprar farinha. Na secretaria do Império há falta de servente, e eu fui falar com o ministro. Mas o ministro não fala com toda a gente. Estão lá uns mulatinhos pernósticos, que me dizem sempre: “Você espere”. Eu espero, sim senhor; e depois os mulatinhos me mandam embora, porque o ministro não recebe mais ninguém. Já três vezes isso me aconteceu. Então fiquei zangado e pensei assim: vou falar ao Imperador, que é nosso pai; ele não manda a gente embora. Ora, pois, eu queria que vosmecê me desse um bilhetinho para o ministro...
O Imperador chamou o general Miranda Reis, que então o acompanhava, e disse-lhe algumas palavras. Voltando ao preto, exprimiu-se assim:
— Vá com Deus. Fico sendo seu procurador, e tratarei do seu negócio.
— Mas eu tinha vontade de mostrar àqueles mulatinhos pacholas...
— Não tem nada a mostrar. Vá para sua casa e espere.
Alguns dias depois, contou-me o general Miranda Reis que o Imperador mandara alojar o antigo voluntário numa casinha da Quinta, e ordenara ao comendador João Batista que lhe suprisse a mensalidade de 40 mil réis, pedindo desculpas de não poder dar mais. E o João Batista, honrado mineiro, prodigiosamente econômico, amofinava-se com as freqüentíssimas decisões desta espécie, sustentando em voz fraca e lacrimosa que, das quatro operações, o sábio Imperador só conhecia a de dividir.(72:22)

From: Orloff
Beaugeste, acho muito bonita a acessibilidade dos reis, que os fatos de hoje demonstram. Mas isso precisa de um limite, pois as atividades deles certamente seriam prejudicadas se pudessem ser abordados por qualquer um a qualquer hora. Até dentro de uma simples família existem tais limites, sejam explícitos ou implícitos. Vou apresentar um exemplo de limitação explícita que havia na Rússia.
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De volta ao palácio real, o czar Nicolau I viu um rapaz diante da porta, fumando um cigarro. Aproximou-se e disse:
— Percebe-se que o senhor não é daqui, pois não sabe que em São Petersburgo é proibido fumar nas ruas.
— De fato, sou francês e não conhecia esta norma. Agradeço-vos, “general”, pela advertência.
E jogou o cigarro ao chão. Logo depois, dois policiais lhe deram ordem de prisão e o conduziram à cadeia. Ao ser interrogado, perguntaram-lhe:
— Por que conversaste com o czar na rua? Não sabes que é proibido?
— Czar?! Que czar?! Não conversei com nenhum czar.
Percebendo que de fato o rapaz não sabia com quem estivera conversando, eles o consideraram inocente e se dispunham a liberá-lo, mas foram antes relatar a Nicolau o que sucedera. Ele mandou que trouxessem o rapaz à sua presença, pediu-lhe desculpas e se ofereceu para ajudá-lo no que fosse possível. O rapaz se limitou a pedir:
— Majestade, há um favor que podeis fazer-me: se me encontrardes novamente na rua, agora que vos conheço, peço que não me dirijais a palavra.(32:10682)

O episódio narrado pelo Orloff reflete apenas uma limitação, necessária em assuntos dessa natureza. Mas o conjunto desses exemplos mostra que as coisas se passavam de modo muito diferente do que nos foi ensinado. Podemos afirmar com toda a segurança que


Os reis estavam ao alcance do povo

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2 comentários:

Herberth Amaral disse...

Olá,

Poderia colocar a fonte, por favor?

Herberth Amaral disse...

Olá,

Poderia citar todas as fontes por favor?

Obrigado!